
Lá fora, o céu de azul fino que somente o inverno propicia, dá o ar de sua graça. E, aqui dentro, na nossa segunda casa que são as salas de pesquisa, nada muda, desde que pela última vez escrevi, quando o verão já anunciava suas estafas calorentas.
Lirismos relambidos à parte, quero falar de algo que cada vez mais noto, no nosso campus e em outros que frequento – seja apresentando em eventos que fazem parte da querida “máquina de moer carne” que é o sistema de pesquisa institucionalizada no Brasil – é esse falso sentimento de que “tudo está bem”, de que “tudo está leve”, que vejo nas falas e nos rostos de colegas, amigos de faculdade, etc. Essa pretensa – e insustentável, apropriando-se aqui do título do escritor tcheco Milan Kundera – leveza que queremos passar pode querer transmitir algo mais que uma angústia e incerteza generalizadas: este sentimento pode querer dizer que justamente quem está envolvido efetivamente na graduação, ou na querida e já referida “máquina de moer carne”, está assim, falsamente alegre e satisfeito, pelo fato de que precisa trabalhar cada vez mais e mais, para não ser tragado.
Como os poucos e poucos leitores destas linhas eivadas de uma grandiosidade patética já perceberam, até eu fico insistentável, quando quero falar de algo que me aflige sobremaneira e que nem eu sei como resolver.
Vinícius Moser - Acadêmico de História
Lirismos relambidos à parte, quero falar de algo que cada vez mais noto, no nosso campus e em outros que frequento – seja apresentando em eventos que fazem parte da querida “máquina de moer carne” que é o sistema de pesquisa institucionalizada no Brasil – é esse falso sentimento de que “tudo está bem”, de que “tudo está leve”, que vejo nas falas e nos rostos de colegas, amigos de faculdade, etc. Essa pretensa – e insustentável, apropriando-se aqui do título do escritor tcheco Milan Kundera – leveza que queremos passar pode querer transmitir algo mais que uma angústia e incerteza generalizadas: este sentimento pode querer dizer que justamente quem está envolvido efetivamente na graduação, ou na querida e já referida “máquina de moer carne”, está assim, falsamente alegre e satisfeito, pelo fato de que precisa trabalhar cada vez mais e mais, para não ser tragado.
Como os poucos e poucos leitores destas linhas eivadas de uma grandiosidade patética já perceberam, até eu fico insistentável, quando quero falar de algo que me aflige sobremaneira e que nem eu sei como resolver.
Vinícius Moser - Acadêmico de História
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